EFC no Corpo Etérico

Em seu livro "The Techniques of Astral Projection" ("As Técnicas da Projeção Astral"), ROBERT CROOKALL escreveu:

"Os corpos etéricos de pessoas mediúnicas são frouxos, e essas pessoas têm a tendência para dissociar parte desse corpo junto com o corpo astral – mas geralmente, a parte etérica regressa para o corpo físico pelo cordão de prata. Assim, o que antes foi um ‘double’ composto, se torna um único corpo."

(traduzido livremente para o português)

ROBERT CROOKALL (1981): The Techniques of Astral Projection. Wellingborough, Northamptonshire; The Aquarian Press, p. 88

No artigo seguinte, eu quero demonstrar que há muitos fenómenos nas EFCs, os quais evidentemente não podem ser ligado ao corpo astral e ao plano astral. Em vez disso, esses fenómenos são ligados à matéria etérica. O "double composto" é composto pela matéria etérica e pelo corpo astral: pode ser comparado com bonecas russas, colocadas umas dentro das outras. Por isso, no sentido exato, não há um "corpo etérico" – mas mesmo assim, vou chamar esse double "corpo etérico" para simplificar as coisas. Esse "double composto" ou corpo etérico é dissociado do corpo físico por meio de técnicas especiais, as quais são diferentes das técnicas comuns da projeção astral. Mesmo assim, EFCs no corpo etérico podem mudar para viagens astrais. Por isso, a existência do corpo etérico é ignorado muitas vezes. Isso leva a confusão considerável e falta de compreensão em relatos diferentes sobre experiências fora do corpo. Algumas das caraterísticas mais frequentes são mencionadas nesse artigo, baseado nas minhas próprias experiências.

Considerações teoréticas

Ligado ao mundo físico, existe algo que constitui uma ponte entre o plano físico e o plano astral. Pode ser comparado com fumo: o fumo é visível – como a matéria sólida – mas ele também é leve como o ar. Na verdade, o fumo é composto de ambos elementos (da matéria e do ar). A matéria etérica é semelhante, e ela fica entre o plano físico e o plano astral.

Vários termos são usados para esse tipo de matéria sutil, todos baseados em diferentes noções filosóficas e tradicionais. Assim, todos esses termos dão ênfase ao aspetos ligeiramente diferentes: éter, qi, prana, od, fluido, bioplasma, energia vital e outros termos.

Durante uma EFC no corpo etérico, é possível que toda a matéria etérica do corpo sutil seja reintegrado no corpo físico (depois duma distância certa do corpo físico, a matéria etérica regressa para o físico). A consciência da pessoa permanece no veículo astral – a EFC etérica se torna uma viagem astral. Na teoria, isso é facilmente explicado. Mas na prática, esse fato oculta as diferenças entre as EFCs etéricas e as EFC astrais. Por isso, em muitas publicações, parece que não há diferenças. Isso leva a grande confusão.

Fenómenos etéricos diferentes

O estado IBE/ EDC ("In-Body-Experience"/ "Experiência dentro do corpo" – isso sendo o estado em que você ainda está no corpo físico, mas já com consciência astral) pode ser entendido como fase preliminar das EFCs. Durante a EDC, situações assustadoras podem ocorrer, mas é bem possível superá-las com segurança se você está sem medo e/ ou curioso. Logo que você tenha confrontado esses fenómenos da fase preliminar por várias vezes, você vai se acostumar a eles. É uma área muito interessante e você pode aprender muito.

Sintomas e fenômenos

 Percepção sensorial, em geral:

A "percepção sensorial do astral" é possível no estado etérico. Isso quer dizer que a consciência muda para o corpo astral e você é capaz de perceber tudo com o corpo astral. Mas ocorre também às vezes que você tem "percepão sensorial do físico": você percebe o plano físico e não o plano astral, mesmo que você esteja no corpo etérico.

 Visão:

Há dois tipos de percepção visual: visão astral, e também, em casos raros, "visão física" (percepção visual do plano físico). Mas, muitas vezes, a percepção visual do corpo astral ainda não é estabelecido quando você está no início duma EFC etérica. Assim, não existe visão (você é cercado de escuridão).

"A falta de percepção visual era muito irritante para mim. Cercado de escuridão total, eu comecei andar para frente. Felizmente, eu fui capaz de me orientar por meio dum tipo de percepção do espaço interior. Depois duma distância certa do corpo físico, eu sempre fui capaz de ver. Esse tipo de visão sempre foi astral."

Suponho que não haja um "plano etérico", mesmo que exista matéria etérica. Assim, é provável que não exista "visão etérica".

"Quando eu vi objetos, eles não eram idênticos aos objetos físicos respetivos – mesmo que parecesse que eram idênticos à primeira vista. Por isso, eu não vi os equivalentes etéricos dos objetos do plano físico (na teoria teosófica, a estrutura dos equivalentes etéricos tem que ser idêntica à estrutura dos objetos físicos, e eu também acredito nisso). Mas por outro lado, uma vez eu fui capaz de ver os meus guias do mundo do além (eles vivem no plano astral) durante uma EFC etérica – e eu estou certo que eram eles, porque eu os conheço bem e os encontrei muitas vezes no plano astral."

Muitas vezes, uma "visão física" é reportado em EQMs (experiências de quase-morte). Em casos raros, também há EFCs nas quais o ambiente físico pode ser visto e ouvido, mas ocorrem raramente e não é fácil eplicar esses excepções.

Sobre cópias astrais de objetos físicos (por Corra):

Quando você ver objetos em EFCs etéricas ou astrais com percepção visual do astral, os objetos são semelhantes aos objetos físicos os quais eles representam. Mas os objetos astrais têm uma aparência ligeiramente diferente, dependendo da nossa vibração áurica (a qual é influenciada por nossas emoções, nossos pensamentos, desejos e medos). A matéria astral reage facilmente à nossa vibração áurica, e por isso, os objetos astrais mudam a aparência, e essas mudanças correspondem a nossa condição emocional e mental. Um exemplo:

"Quando eu era capaz de ver algo, eu andei para o meu altar. Eu percebi que ele era diferente do altar físico. Os quadros estavam pendurados tortos e tudo parecia um pouco desarrumado. Naquele tempo, eu era depressiva muitas vezes. Assim, isso era um exemplo típico como os objetos astrais podem ser mudados pelas próprias emoções e pelos próprios pensamentos. Era como se eu pude ver as minhas emoções." (Corra)

 Percepção do espaço:

É também possível que você não pode ver nada, mas em vez disso você possue um tipo de percepção "interior" do espaço. Esse tipo de percepão interior pode ser tão preciso que você até é capaz de perceber cores sem vê-las visualmente.

 Vozes:

Normalmente, nas fases preliminares das EFC, tudo era silencioso – contrário ao estado do "despertar falso", em cujo eu sempre fui cercado de "pessoas ruidosas". Quando eu era muito fatigado, ocorreu um outro tipo de estado. Aconteceu nos primeiros anos do ioga, quando eu fiz os meus exercícios tarde na noite. Nessas ocasiões, muitas vezes eu pude ouvir palavrões e maldições, as quais vieram de seres que pareciam me cercar. Uma vez, quando essas vozes tinham se tornado demasiado irritante, eu me livrei delas como se fossem nuvens nebulosas. A partir daí, esse tipo de perturbação nunca mais ocorreu.

Também acontece que vozes são ouvidos durante o estado do despertar falso. Mas esse fenómeno é totalmente diferente; é menos psíquico e mais numa forma onírica. No despertar falso, eu até pude ver as pessoas que estavam falando uns aos outros e também falando comigo. Elas não foram ameaçadoras, foram corteses muitas vezes.

 Separação parcial do corpo:

Quando a consciência se desloca cada vez mais para o corpo etérico, esse corpo ganha vitalidade e independência. Nas minhas próprias experiências, a consciência sempre foi clara quando eu estava no corpo etérico: eu estava atento, exatamente como num estado normal e acordado durante o dia a dia. Assim, muitas vezes eu pensei que eu tinha acordado e saido da transe. Mas eu ignorei esse estado que apareceu um estado acordado normal, e continuei a experiência. Eu fiquei muito espantado quando eu percebi que eu pude mover meus membros etéricos. Quando testei a minha mobilidade, eu normalmente não tinha dificuldades em mover os braços, as pernas e a cabeça. Mas o meu tronco ficava preso no corpo físico em muitos casos. Enfim, logo que eu me tivesse acostumado a fazer EFCs, essa dificuldade também desapareceu. A partir daí, a saída do corpo se tornou cada vez mais fácil para mim.

 Ectoplasma:

Emanações ectoplasmáticas não são muito frequentes (são um sinal de mediunismo). Elas são compostos duma forma da matéria etérica que é mais densa do que todos os outros fenómenos etéricos mencionados. Eu vi emanações ectoplasmáticas só uma vez:

"É uma coisa estranha ver ectoplasma fluindo lentamente da própria boca. A viscosidade do ectoplasma é como de mel. Era uma corrente ampla de cor cinzenta, com manchas pretas que parecem cristais. Nas margens, o ectoplasma pareceu evaporar como fumo."

Quando eu comecei entrar em transe na minha poltrona, geralmente ocorreu salivação intensa. Depois, quando eu entrei em relaxamento profundo, eu senti algo que pareceu vento frio ou líquido frio. Esse líquido parecia fluir do canto direito da minha boca para o queixo. Durante um longo período de tempo, eu não pude distinguir se tratava-se de saliva frio ou vento frio. Mas depois duns anos, eu descobriu que foi "vento frio" – uma sensação que provávelmente foi causado do contato do ectoplasma com a pele.

"Eu nunca tive emanações ectoplasmáticas que foram tão densas que eu fui capaz de vê-las no plano físico. Mas eu conheço bem a sensação do ‘vento frio’. Isso ocorreu relativamente frequentemente, especialmente quando o meu corpo etérico era energeticamente estimulado. Nesses ocasiões, eu geralmente senti algo fluir dos orifícios do meu corpo – semelhante a um líquido frio ou um vento. Esse fluido não era visível e a sensação não era intensa, mas mesmo assim era muito distinta. Quando eu estava no corpo etérico, às vezes eu pude claramente sentir e ver ectoplasma fluindo dos orifícios do corpo; mas nesses casos, o ectoplasma sempre senti como um líquido frio e não como vento." (Corra)

 Toque (somente no estado IBE/ EDC):

Às vezes, eu tinha a sensação que espíritos tocaram o meu corpo (geralmente eu estava cercado de escuridão nesse estado). Quando eu senti um bater pulsante nas plantas dos pés ou na base da coluna vertebral, foi um sinal para mim que espíritos de possessão quiseram entrar no meu corpo. Se eu senti que eu fui incomodado, eu peguei os espíritos e os joguei para fora. Eles sempre pareciam estar sem peso, com uma única excepção. Eu não tinha medo, e não havia um perigo real. Uma pessoa saudável não pode ser possuido por um espírito.

 Cordão de prata:

Em todas as saídas ativas do corpo (as quais eram iniciados pela transe), eu pude sentir a puxada do cordão de prata, que limitou as minhas excursões: eu somente pude andar uma distância certa do corpo físico. A distância era curta demais para excursões mais longas, e assim geralmente não era possível de entrar em situações interessantes. Por isso, o cordão de prata sempre foi irritante para mim quando eu tinha uma EFC iniciada com o método da saída ativa.

Depois duma distância certa do corpo físico (50 – 70 m), eu geralmente senti a puxada do cordão de prata. Eu lutei contra essa fixação, mas eu não tinha uma chance de continuar andando, e no momento seguinte, eu estava no meu corpo físico de novo.

 Consciência dupla:

Nas EFCs etéricas, eu tinha percepções acústicas que vieram do corpo físico – mesmo que eu me senti completamente presente no corpo sutil. Por exemplo: eu pude ouvir o barulho de carros e bondes (antigamente, eu vivia perto duma rua barulhada). Eu fui capaz de repressar essa interferência por algum tempo para que eu fosse capaz de continuar viajando. Se o barulho era demasiado forte e persistente, eu perdi a minha atenção e fui retirado para o corpo físico

Separação do Corpo Etérico

Métodos da separação:

  • Sair ativamente do corpo físico na transe ou no estado do despertar falso.

  • Rolar para fora do corpo físico.

  • Voar para fora do corpo físico.

(ver: Separação do Corpo Etérico)

 

© Alfred Ballabene (Viena) traduzido por Corra